domingo, 23 de fevereiro de 2014

Uma maioria oprimida

Muito recentemente vi um video que me chamou a atenção. Trata-se de uma curta-metragem (11 minutos) chamada "Opressed Majority" - Maioria Oprimida - de Eléonore Pourriat, que mostra uma inversão de papéis sociais muito interessante. Baseia-se no mundo de hoje, mas numa sociedade dominada por mulheres (ao contrário do hoje). Colocou um homem como personagem principal que passa por tudo aquilo a que as mulheres sofrem diariamente.

É uma crítica óbvia à nossa sociedade, extremamente machista (vejam o filme e digam-me se não sentem algo estranho com a inversão de papéis, algo normal que vemos hoje em dia, se fosse feito pelo outro sexo era muito estranho ou até repugnante).

Como assistente social, bato palmas a este projeto. A opressão sobre as mulheres é terrível, começando logo desde que são pequeninas que têm de se vestir de determinada forma, não podem dizer palavrões, têm de ser bem comportadas e desde cedo colaboram na lida doméstica. Caso não cumpram com os ideais implementados pelo sociedade são bichos, são excluídas, são as "maluquinhas", as estranhas.... Não me venham com a treta de que homens e mulheres são iguais: nunca foram nem o são. Se atingem (ou tentam atingir) um lugar no topo lá vêem os homens dizer que não pode ser, que ela não tem as mesmas qualidades, não tem inteligência o suficiente, etc, etc. É nojento que os homens tomem estas posições e à força de tanto os ouvir, de tanto as oprimirem as mulheres calam, engolem e retiram-se para o seu cantinho escuro, põem a sua máscara e aguentam uma vida infernal. Ainda à uns dias um dono de uma empresa dizia a um funcionário que não queria que a mulher mudasse de emprego porque essa mesma posição iria fazer com que ela ganhasse mais que ele, e que isso não podia acontecer ou seria motivo de chacota... MAS O QUE É ISTO???
Outra situação que acontece com as mulheres (e que eu tento corrigir) é o facto de elas frequentemente dizerem " ele ajuda lá em casa com as lidas domésticas..." Ajuda?! Mas porque é que ele só tem que "ajudar"? Como se fosse algum favor! Eles só têm é que fazer e ponto final. Neste tipo de discursos percebemos o quão quebrada está a auto-estima do sexo feminino e, que muitas vezes, nem se apercebem.

Mulheres, comecem a pensar no que gostam, no que querem fazer, não se prendam por homens ou pelos seus gostos ou comentários depreciativos! Têm tanto direito à vida e à liberdade como eles! Lutem por vocês!